O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou as tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio nesta segunda-feira, 10.
“Hoje estou simplificando nossas tarifas sobre aço e alumínio. São 25% sem exceções ou isenções”, disse no Salão Oval.
O Canadá e o México, que recentemente travaram batalhas sobre sanções com Trump, são os maiores exportadores dos produtos aos EUA.
Com a medida, o presidente americano pretende reduzir as tarifas de importação a produtos americanos, cobradas por outros países.
Segundo o republicano, o governo estuda também a aplicação de tarifas adicionais sobre automóveis, produtos farmacêuticos e chips de computador.
Cautela
O Brasil é um dos principais exportadores de aço e alumínio para os Estados Unidos.
Nesta segunda-feira, 10, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que o Brasil deve ter cautela, pois os EUA têm um “pequeno superávit sobre o Brasil“.
“É uma relação equilibrada, é um ganha-ganha. Eles até têm um pequeno superávit sobre o Brasil. Vamos aguardar ainda essa questão da taxação. Da outra vez que isso foi feito, teve cotas, então vamos aguardar. A nossa disposição é sempre a de colaboração, parceria em benefício das nossas populações“, disse.
Segundo Alckmin, o país está “aberto ao diálogo“.
“Olha, vamos aguardar, porque nós acreditamos muito no diálogo. Isso já aconteceu antes, mas houve cotas, foram estabelecidas cotas. A parceria Brasil-Estados Unidos é equilibrada, é um ganha-ganha, nós exportamos para eles, eles exportam para nós’, afirmou.
O Brasil é um dos principais exportadores de aço e alumínio aos Estados Unidos.
E o Brasil?
No programa Meio-Dia em Brasília, o economista VanDyck Silveira explicou a estratégia adotada pelo republicano.
“Politicamente, ele (Trump) está corretíssimo, uma vez que os Estados Unidos são o país que menos coloca barreiras tarifárias para a compra de produtos importados“, disse o economista VanDyck Silveira no programa Meio-Dia em Brasília.
“Se a gente pensar em reciprocidade, a média de tarifas que os Estados Unidos cobram de produtos brasileiros é algo em torno de 2%. O Brasil, pela mesma toada, taxa os produtos americanos em 14%. Ou seja, o Brasil não tem razão de reclamar“, diz Silveira.
“A única alternativa para o Brasil é baixar suas tarifas e chegar em uma relação mais equilibrada com os Estados Unidos. O Brasil, vale lembrar, é um dos países com as maiores tarifas do mundo, principalmente em relação a produtos americanos“, diz o economista.